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Sem acordo com Otan, Rússia ameaça nova Guerra Fria

Medvedev afirma que Moscou vai abandonar pacto que limita arsenal nuclear se EUA insistirem no desdobramento de um escudo antimísseis na Europa
Medvedev diz que se não houver acordo quanto ao escudo antimísseis americano, poderá ocorrer um "retorno à Guerra Fria" O presidente russo, Dmitri Medvedev, ameaçou nesta quarta-feira abandonar o Tratado de Limitação de Armas Estratégicas (Start), caso o seu país e a Organização do Tratado Atlântico Norte (Otan) não consigam chegar a um acordo sobre o escudo antimísseis americano na Europa. Medvedev disse ainda que, neste caso, o Kremlin adotaria medidas de resposta, levando a um cenário semelhante ao da Guerra Fria.

"Se os Estados Unidos quiserem o desdobramento de um sistema de defesa antimísseis na Europa, a Rússia se reserva ao direito de abandonar o novo tratado Start", afirmou, em sua primeira grande entrevista coletiva para 1.000 jornalistas. "Nós falaríamos então sobre desenvolver o potencial ofensivo de nossas capacidades nucleares. Este seria um cenário muito ruim, que nos faria voltar à época da Guerra Fria", acrescentou.

O presidente, que disse querer chamar a atenção de todos os sócios da Otan para este contexto, desconfia que o futuro escudo será apontado para a Rússia devido ao seu potencial nuclear. "Dizem que se trata do Irã ou de alguém mais. Mas eles não têm capacidades semelhantes, então é contra nós?", questionou. "Estamos dispostos a cooperar, mas acreditamos que receberemos as garantias de que o escudo antimísseis não será apontado contra nós", completou ainda, ressaltando que tem esperanças de que a Rússia receba as respostas a suas perguntas e que um modelo de cooperação seja elaborado.

Tratado nuclear - O novo Start, ratificado em janeiro deste ano, substitui o assinado em julho de 1991 entre os dois países, quando a União Soviética ainda existia. O acordo tem vigência de 10 anos, apesar de dar aos russos o direito de se retirar do tratado caso o escudo antimísseis na Europa avance. O documento reduz em 30% o número de ogivas nucleares, até 1.550 por país, e limita a 800 os vetores estratégicos, como mísseis intercontinentais, submarinos e bombardeiros.

Depois de chamar a atenção com as ameças à Otan, Medvedev foi questionado sobre sua intenção de concorrer às eleições presidenciais de 2012. Ele disse que pretende divulgar em breve a sua decisão sobre o assunto. "Caso decida fazer uma declaração neste sentido, farei. Não é preciso esperar muito mais tempo." Medevedev chegou à presidência russa em 2008, com o apoio de seu predecessor e hoje primeiro-ministro Vladimir Putin, que por sua vez ocupou o cargo entre 2000 e 2008 e não podia competir por um terceiro mandato.

Fonte: Veja/Abril

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