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Geografia não é o forte de Hollywood

Filme de maior bilheteria na estreia deste ano nos EUA, Velozes e furiosos 5 - Operação Rio teve maior parte de suas cenas gravada em Porto Rico. Geografia não é o forte de Hollywood
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Universal/Divulgação
Num Rio de Janeiro para inglês ver, com cartazes escritos em espanhol, o quinto capítulo da franquia dos fortões não se preocupa com a verdade
Afora o momento inicial, com longa perseguição a ônibus que trasladava condenados norte-americanos, praticamente todo o restante da narrativa de Velozes e furiosos 5 – Operação Rio é ambientada na mais famosa das capitais brasileiras. Mesmo que traga o Rio no subtítulo, o quinto longa-metragem da franquia de músculos/alta velocidade/mulheres bonitas, que estreou ontem em 400 salas no país, teve um mínimo de cenas filmadas na Cidade Maravilhosa. Em novembro, o elenco principal – Vin Diesel, Paul Walker e Jordana Brewster, entre outros atores – não passou mais do que cinco dias em locações como a Praia do Arpoador e o Morro Dona Marta filmando alguns trechos.

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O que houve com esse blockbuster não é muito diferente do que ocorreu com as novelas O clone e Caminho das Índias. Muito antes da estreia, equipe técnica e atores que participaram dessas produções globais, que tinham parte de suas tramas passadas no Marrocos e na Índia, respectivamente, foram até os dois países e passaram uma curta temporada gravando uma batelada de cenas. Todo o restante foi gravado no Brasil, em estúdio. No caso de Velozes 5, houve uma diversidade maior de locações. A maior parte foi rodada em Porto Rico, mas houve cenas também na Califórnia, Georgia e Arizona.

Mesmo assim, tudo o que o público está vendo nas telas é “Brasil”. Bem próximo ao Rio de Janeiro do filme existe um deserto e um cânion, outra locação de uma das várias cenas envolvendo carrões em alta velocidade. A última das perseguições, com uma enorme caixa-forte anexada a um carro, percorre várias ruas e culmina numa ponte. Esqueça a mítica Rio/Niterói. Tudo aquilo foi realizado em San Juan, a capital porto-riquenha.

O público americano não está dando a mínima para os disparates retratados no filme de ação (há, inclusive, uma placa dizendo "Bienvenidos" em pleno "Rio de Janeiro"). Nos EUA, onde estreou em 29 de abril, o longa dirigido por Justin Lin fez a melhor bilheteria de uma estreia naquele país em 2011: arrecadou, em seus primeiros três dias de exibição, US$ 83,6 milhões. Quebrou ainda outros recordes: foi a melhor abertura de toda a série de cinco filmes e a maior arrecadação da história da Universal Pictures (estúdio que produziu o filme) para seus três dias iniciais.
O que ocorreu com Velozes 5 é mais comum na indústria cinematográfica do que se imagina. As razões para não filmar nas locações originais são várias. A financeira, obviamente, a principal delas. Porto Rico ofereceu incentivos fiscais federais que ajudaram os investidores do filme a economizar bons punhados de dólares. Isso sem falar da proximidade com os Estados Unidos e de uma topografia mais adequada para as grandiosas perseguições.

Outra questão que pesa bastante na mudança da locação é a política. Locais com conflitos não são adequados para receber uma equipe de filmagem, como é óbvio. Então, a opção é escolher cenários semelhantes ao original. O oscarizado Guerra ao terror (2008), de Kathryn Bigelow, que mostra o dia a dia de uma equipe de elite especializada em desarmar bombas no Iraque, teve suas cenas no deserto realizadas na Jordânia. Romance água com açúcar que apresentou Angelina Jolie para as causas humanitárias, Amor sem fronteiras (2003), foi filmado na Namíbia, Inglaterra e Tailândia. Mas a parte final da saga é ambientada na Chechênia. Um dos lugares mais conflituosos do mundo, suas imagens são, na verdade, da região de Québec, no Canadá, tão gelada quanto.

Esse país, por sinal, é o que mais recebe produções de Hollywood fora dos Estados Unidos. Vancouver, que fica no Oeste canadense, é inclusive chamada de Hollywood Norte. Só perde em número de produções para Los Angeles e Nova York. Entre os blockbusters que foram realizados ali estão Arquivo X, Quarteto Fantástico, X-Men, Eu Robô, Rocky 4, O dia em que a Terra parou e Efeito borboleta. Somente no ano passado, o país arrecadou US$ 1,4 bilhão com a realização de produções estrangeiras.
SETE ANOS NO TIBETE (1997)
A causa da independência do Tibete ganhou força perante a opinião pública ocidental depois do massacre na Praça da Paz Celestial, em 1989. Em meados dos anos 1990, quando o cineasta Jean-Jacques Annaud resolveu filmar a história verídica de alpinistas que se tornaram os únicos estrangeiros na cidade sagrada de Lhasa, a China, obviamente, não viu o projeto com bons olhos. Tanto que Annaud teve que enviar, secretamente, um equipe para o Tibete para as filmagens. Isso só foi revelado dois anos depois da estreia do longa. Com tantos dificultadores (na época, Brad Pitt foi proibido de entrar na China), a maior parte da história foi filmada bem longe dali. A locação escolhida foram os Andes argentinos.

/Divulgação
Os amigos nova-iorquinos na verdade moravam em Los Angeles
FRIENDS (1994/2004)
Ao contrário de Sex and the city, que conta até com guias sobre os lugares de Nova York que apareceram na série, Friends, que contou, durante uma década, a história de seis amigos que viviam no Greenwich Village, foi realizada bem longe dali. Mais especificamente em estúdios da Warner Bros. na Califórnia. A série inclusive começou a ser gravada em frente a uma plateia ao vivo. Havia três cenários principais: dos apartamentos das duplas Chandler e Joey e Monica e Rachel e a cafeteria Central Perk. Não há nada com este nome em Nova York. Existe um Central Perk em Los Angeles e algumas outras cópias no mundo. Uma delas é em Pequim e seu dono, o chinês Du Xin, acabou mudando de nome para Gunther (o dono do café na série).
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Indiana Jones foi capaz de tudo, até colocar Iguaçu na Amazônia
INDIANA JONES (1981-2008)
Uma das mais famosas franquias cinematográficas de aventura da história do cinema, a série de quatro filmes do personagem Indiana Jones é mestre no truque das locações. Na estreia, Os caçadores da arca perdida (1981), a cena ambientada no Cairo dos anos 1930 foi realizada na cidadezinha de Sidi Bouhlel, na Tunísia. Aliás, nenhuma das cenas de deserto foi filmada no Egito; todas na Tunísia. No segundo, Indiana Jones e o templo da perdição (1984), a Índia que aparece no filme é, na verdade, paisagem do Sri Lanka. No mais recente filme da série, Indiana Jones e o reino da caveira de cristal (2008), as Cataratas do Iguaçu estão na Amazônia peruana.

LUAR SOBRE PARADOR (1988)
Na comédia de Paul Mazursky, Parador é uma fictícia republiqueta latino-americana. Com a morte de sua ditador, seu chefe de gabinete encontra um ator, sósia de seu antigo chefe, para assumir seu lugar. O Brasil foi escolhido como locação do filme, que se dividiu entre Ouro Preto, Rio de Janeiro e Salvador. Além disso, o longa teve elenco (Sônia Braga, a namorada do morto, do elenco principal, e José Lewgoy, Milton Gonçalves e Nelson Xavier entre os coadjuvantes) e direção de arte (Marcos Flaksman) brasileiros.

Fonte: Uai

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